Basílica do Sagrado Coração de Maria






Basílica do Sagrado Coração de MariaO templo foi construído entre 1909 e 1929, desenhado pela mesma pessoa que projetou a então Escola de Belas Artes (hoje Museu Nacional de Belas Artes) na gestão do prefeito Pereira Passos: o arquiteto e urbanista espanhol Adolfo Morales de Los Rios. A igreja é um caso raríssimo no Brasil: uma das poucas, senão a única, construída em estilo neomourisco. 

A igreja é atualmente ladeada por um cruzeiro construído pela família Sendas e doado aos fiéis. Abriga ainda um brechó beneficente e a sede das reuniões dos Alcóolicos Anônimos do bairro do Méier.

Projeto da Basílica do Sagrado Coração de Maria 


Basílica do Imaculado Coração de Maria
Rua Coração de Maria 66, Méier.
20722-970, Rio de Janeiro (RJ).
Telefone: (021) 2501-3553

O Méier, como quase todo bairro da Zona Norte do Rio de Janeiro, é dividido em dois lados: o lado de cá e o lado de lá. Não sei se com todos acontece isso, mas ao menos comigo foi assim desde criança: o meu lado é o lado de lá. Não importa muito de que lado eu esteja. Mas o meu lado é o lado de lá.

Por isso, e para acabar ainda mais com as ambigüidades, geralmente usa-se pontos de referência para fazer saber o intelocutor de que lado você está falando. O meu lado do Méier, o lado de lá diga-se, é o lado do Bombeiros, do Jardim do Méier e da Igreja. Só há essas três possibilidades. Não que não haja mais pontos de referência, mas o Bombeiros pelo seu vermelho aceso, o Jardim pelo verde em meio ao cinza da cidade, e a Igreja pelo seu medievalismo cor de adobe são definitivamente os tons que pintam quando alguém pensa no lado de lá.

A Igreja do Imaculado Coração de Maria é, na verdade, uma basílica, que em arquitetura é o termo usado desde os helenos para designar um grande espaço coberto. Cristãos e afins se apropriaram do termo para intitular seus templos. Mas o que a Basílica Coração de Maria me lembra é, sem dúvida, um grande castelo medieval.

O fato de não ter as paredes pintadas, deixando aparentes o jogo dos tijolos com os vitrais e as serrilhadas nas torres me reportam diretamente aos romances de cavalaria à Suassuna. Mesmo porque, no fundo, o estilo da basílica não é tanto medieval, mas mais mourisco. Diz-se que é o único templo católico mourisco no Rio, quiçá no Brasil. Outros, por sinônimo, se referem ao único templo mozárabe.

Mas sua construção, é claro, não é tão antiga quanto as catedrais européias. Construída entre 1909 e 1929, pelo arquiteto e urbanista Adolfo Morales de Los Rios, o mesmo que no Rio do prefeito Pereira Passos já havia dado formas ao prédio da então Escola de Belas Artes (hoje Museu Nacional de Belas Artes), a igreja atualmente é ladeada à esquerda por um cruzeiro, construído pela família Sendas e doado aos fiéis e abriga ainda um brechó beneficente e a sede das reuniões dos Alcóolicos Anônimos do Méier.

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